quinta-feira, 19 de julho de 2012

"OS EVENTOS NO MOVIMENTO ESPÍRITA E SUA SINTONIA COM O ESPIRITISMO."

Trecho do artigo "OS EVENTOS NO MOVIMENTO ESPÍRITA E SUA SINTONIA COM O ESPIRITISMO."
"Também, não é raro constatarmos a grande preocupação de algumas instituições espíritas em buscar recursos financeiros para a superação de suas dificuldades econômicas utilizando-se de iniciativas mais sintonizadas com os folguedos e eventos estranhos a moral espírita cristã, do que com aqueles coerentes com os propósitos doutrinários. Os folguedos regionais, como quadrilhas juninas, festas carnavalescas, forró, bingos, cirandas, etc., têm seu espaço devido e seus patrocinadores apropriados, que, decerto, não são nem as casas espíritas nem seus dirigentes. Não que esses eventos não tenham sua ressonância e aceitação na sociedade ou que sejam reprováveis, mas sim, por não se adequarem a proposta do Espiritismo para a humanidade. Senão vejamos; os festejos juninos evidenciam fogueiras, fogos de artifícios e quadrilhas com casamentos matutos que nada têm a ver com o Espiritismo. As festas carnavalescas e bailes de forró são estímulos para comportamentos geradores de desagregação no grupo, principalmente na nossa realidade social tão carente de uma moral e ética apropriadas à paz e a tranqüilidade. Os bingos, por sua natureza de jogo de azar, não se adéquam a prática espírita.
Desenvolver iniciativas voltadas para a moralização da criatura humana é ficar com JESUS. (Maria escolheu a melhor parte, que lhe não será tirada) É certo que a casa espírita precisa realizar atividades que visem à superação de suas carências, entretanto essas atividades devem somar-se a aquelas, já existentes na instituição, que estimulam as pessoas a colocarem em prática seus sentimentos de solidariedade, fraternidade e caridade que, na sua essência, são manifestações da centelha divina existente em todos nós. Espelhemo-nos no exemplo de Francisco de Assis, que ia aos lares sensibilizar seus moradores a fazerem doações aos pobres (socialmente carente) e enfermos. Nos dias atuais poderíamos ir a empresas comercias e industriais para sensibilizar seus dirigentes a integrá-las nessa jornada de solidariedade humana. Poder-se-ía também, promover feiras de livros espíritas, campanhas de donativos envolvendo freqüentadores e lares vizinhos a instituição, almoços e lanches fraternos, apresentações artísticas (teatro), culturais (poesias, contos e poemas) e musicais (coral e instrumental) com temática espírita, bem como apresentações de filmes seguidos de debates com finalidades doutrinárias
Coloquemos mais confiança nas palavras do Cristo quando nos conclama a confiarmos em DEUS, “Vosso Pai sabe que tendes necessidade de todas elas. Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo.” (Mateus, 6 – 32 e 33). Todo aquele que divulga e crê com convicção nos ensinamentos de Jesus, naturalmente, jamais deixará de cumprir com suas orientações, sob pena de se incluir no rol daqueles a quem Jesus endereçou as seguintes palavras: “Por que me chamais vós Senhor, Senhor e não fazeis o que eu vos digo? Todo o que vem a mim, ouve as minhas palavras e as põe em prática.” (Lucas 6 – 46 e 47)
Se formos coerentes com Jesus e com o Espiritismo, decerto estaremos ajudando a construir um novo modo de vida no Mundo e entoando um novo e duradouro cântico de paz e Amor entre as criaturas. Quando as pessoas que vivenciarem a proposta espírita perceberem que ela, ao contrário dos modelos que hoje atraem multidões aos eventos, não só contempla a superação das necessidades e o entretenimento, mas acima de tudo contribui para um estado de felicidade pessoal e coletiva permanente, irão querer transplantá-la para o seu dia a dia, nas suas relações de trabalho, na sua vida familiar, na sua participação social e aí haverá mais instantes felizes entre as criaturas e o Espiritismo terá alcançado sua meta principal que é a de nos motivar a amarmo-nos uns aos outros como Jesus nos ama.
-= Xerxes Pessoa de Luna =-


texto completo em: http://federacaoespiritape.org/orientacoes/eventos-espiritas/
FEP - Federação Espírita Pernambucana
Deus - Cristo - Caridade

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Espírita de berço

Já a algum tempo tenho ouvido aqui ou acolá esse ou aquele integrante do movimento espírita auto declarar-se "Espírita de Berço".

Caso essa expressão queira apenas dizer que nasceu em um lar onde os pais eram praticantes da Doutrina, da Ciência e da Religião Espírita, trata-se de uma condição de maior responsabilidade diante daquele que não alimentou-se dos mesmos conceitos e exemplos desde o nascimento. Porém, se por outro lado, o utilizador dessa expressão busca condição de superioridade em relação a quem quer que seja, demonstra então, que apesar de ter nascido em um ambiente teoricamente iluminado pela Doutrina Espírita, não absorveu, ainda, nem os conceitos básicos dessa fislosofia espiritualista.

Um dos conceitos básicos da Doutrina Espírita é o da reencarnação, que extende os limites da existência para antes do nascimento e para depois da morte. Sob esse contexto, o berço espírita não garante primazia de nada. Uma vez que "muitos dentre aqueles revivem hoje, ou reviverão amanhã, para terminarem a obra que começaram outrora. Mais de um patriarca, mais de um profeta, mais de um discípulo do Cristo, mais de um propagador da fé cristã se encontram no meio deles, porém, mais esclarecidos, mais adiantados, trabalhando, não já na base e sim na cumeeira do edifício. Receberão, pois, salário proporcionado ao valor da obra." (E.S.E. CAP XX, item 03).

Deve-se considerar ainda que é muito comum encontrar pessoas vinculadas a um movimento ideológico qualquer sem conhecer as ideias que deram origem e sustentam o movimento, vivendo de repetir o que é falado por outros. Não poderiíamos esperar que fosse diferente com o MOVIMENTO espírita. Assim sendo, não é difícil encontrar pessoas anos a fio vinculados ao movimento espírita sem ainda conhecer a Doutrina Espírita. Nesse contexto estão todos os que entendem que o "berço espírita" é um galardão ou uma condição de superioridade.

O "berço espírita" se é para usar essa expressão, deve ser entendido apenas como uma condição de maior auto-cobrança para todo aquele que entende ter tido como benção divina essa ajuda inicial na presente encarnação.

Um abraço,

Marcus Vinícius