quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Crescimento do Espiritismo

Na questão 798 do Livro dos Espíritos Kardec teve a preocupação de indagar aos Espíritos Superiores se o Espiritismo se tornaria crença comum ou ficaria restrito à categoria de seita. Vejamos a pergunta e a resposta:


798. O Espiritismo se tornará crença comum, ou ficará sendo partilhado, como crença, apenas por algumas pessoas?

Certamente que se tornará crença geral e marcará nova era na história da humanidade, porque está na natureza e chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos. Terá, no entanto, que sustentar grandes lutas, mais contra o interesse, do que contra a convicção, porquanto não há como dissimular a existência de pessoas interessadas em combatê-lo, umas por amor-próprio, outras por causas inteiramente materiais. Porém, como virão a ficar insulados, seus contraditores se sentirão forçados a pensar como os demais, sob pena de se tornarem ridículos.”

Vamos analisar essa resposta ?

Primeiramente vamos lembrar de que durante muito tempo de nossas existências a imensa maioria concordava com a teoria de que a terra era o centro do universo, e que éramos mesmo as únicas criaturas inteligentes, enfim... os primeiros que vieram esclarecer que nosso pequeno planeta não era o centro senão do nosso orgulho e da nossa ignorância foram tidos por subversirvos, demoníacos e conseqüentemente perseguidos... E choviam argumentos bíblicos e científicos,  sagrados tanto para a ciência quanto para a religião da época, condenando tudo que fosse diferente da teoria de Ptolomeu.

Mas e hoje ? qual é a crença geral ? A crença geral é a de que nosso pequeno planeta gira em torno do  nosso pequeno sol... E porque é essa a crença geral ? Simplesmente porque está na natureza. E aquele que tiver coragem de defender o geocentrismo será tido na conta de louco e ridículo. 

O que o espiritismo faz hoje assemelha-se ao que os heliocentristas fizeram ao final da idade média, ou seja, apenas apresenta uma dimensão da lei Divina que já pode ser compreendida pela maioria dos que se dispuserem a se despir do espírito de sistema e dos interesses defendidos por cada um desses sistemas.

Fatos como reencarnação, mediunidade, magnetismo humano, vida inteligente em outros orbes são fatos da natureza, e por isso mesmo se tornarão crença geral...

Então não nos angustiemos desejando que todos aceitem os princípios básicos do Espiritismo. Entadamos que há muito mais de interesse pessoal e coletivo em rejeitá-los do que argumento fundamentado, mesmo porque não se pode fundamentar um argumento contrário a natureza.

É esperar para ver.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Eu sou assim desse jeito

Vejamos uma instrução dos espíritos contida no Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo IX, item 10.

"Segundo a idéia falsíssima de que lhe não é possível reformar a sua própria natureza, o homem se julga dispensado de empregar esforços para se corrigir dos defeitos em que de boa vontade se compraz[...]"

Ainda nesse mesmo item 10:

[...] Compenetrai-vos, pois, de que o homem não se conserva vicioso, senão porque quer permanecer vicioso; de que aquele que queira corrigir-se sempre o pode. [...]

Resumindo: desculpas como: "você me conheceu assim", "eu sou assim mesmo", "pau que nasce torto, morre torto" e outras tantas nessa mesma linha são escusas de quem gosta do erro e se compraz nele.

Mesmo que ainda não tenhamos a possibilidade de nos vencer em grande parte de nossos erros, que pelo menos paremos de proferir construções verbais que sustentam o nosso desejo de permanecer no erro. Afinal, as palavras são as embaixadoras do nosso pensamento.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Espiritismo grande ou pequeno ?

Breve reflexão sobre a questão de ter um grande número de pessoas em centros e eventos espíritas...

No Livro Dos Médiuns, Questão 334, pode-se ler:

[...] A dificuldade, ainda grande, de reunir crescido número de elementos homogêneos deste ponto de vista, nos leva a dizer que, o interesse dos estudos e por bem da causa mesma, as reuniões espíritas devem tender antes à multiplicação de pequenos grupos, do que à constituição de grandes aglomerações [...]

Sem falar que a capilaridade dos centros tem as seguintes vantagens:

1- Maior penetração na sociedade
2- Dificultar o combate dos opositores (múltiplas frentes)
3- Possibilitar discrição para quem ainda tem receio de ingressar em casas espíritas
4- Dificultar o personalismo (sem grandes pastores ou guias)
5- Maior número de comunicações independentes...

E por aí vai...

E se é assim em relação a constituição dos centros. Podemos ter algum paralelo sobre a constituição dos eventos. Nesse raciocínio é melhor (mais eficiente) termos a multiplicação dos pequenos eventos do que a realização de eventos grandiosos. Em um exemplo, é melhor ter vários seminários pequenos em muitas cidades do que ter um grande congresso em uma única cidade. E esse desdobramento quanto ao espaço no mesmo tempo também pode ser refletido para um desdobramento de tempo em um mesmo espaço, isto é, considerando um local fixo, um centro por exemplo, é melhor fazer muitos pequenos eventos sobre um tema do que um único grande evento sobre o mesmo tema. A grandiosidade do evento não está no número de participantes, e sim no bem efetivo oriundo do mesmo.

OBS1: O parágrafo anterior contém interpretações pessoais com base na questão 334 do Livro dos Médiuns

OBS2: Nem sempre o possível é o ideal. Assim, enquanto não se pode ainda fazer o ideal, faz-se o possível.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Caminhos da reconciliação

Um aprendizado que incorporei recentemente é que o perdão e a reconciliação são inevitáveis, e na acepção correta da palavra, são fatais. Em outras palavras, o que eu aprendi é que todos os ódios e os ressentimentos inevitavelmente acabam em um momento de reconciliação.

O que nos é facultado por Deus através do livre arbítrio é a escolha dos caminhos que nos levarão a esse instante libertador. Nos resta então escolher o melhor caminho para as nossas condições de compreensão das leis divinas, entendendo que mesmo parecendo estranho, o caminho do perdão e da reconciliação é uma via de mão única onde não nos cabe estabelecer condições... Perdão que é perdão é incondicional.

Eu cheguei a essas descobertas através da dor própria e da observação da dor alheia, que acabaram por me provar objetivamente a inevitabilidade da reconciliação e do perdão.

O que isso nos recomenda pra vida prática ? creio que seja o exercício da recomendação do Cristo de nos reconciliarmos com nossos desafetos enquanto caminham ao nosso lado...

Acreditem meus irmãos e irmãs... Quando nosso orgulho, através de suas milhares de justificativas, nos impede de trilhar os caminhos da reconciliação, a dor é muito grande, mil vezes maior do que o orgulho, pois essa dor faz vergar qualquer orgulhoso ao chão sob o peso de uma angústia sufocante e paralisante...

E se por acaso, existe em sua vida alguém a quem você devota desafeto, não deixe que isso se estenda mais do que já se estendeu ! comece a trilhar o caminho da reconciliação, sufoque o orgulho e caminhe, e escolha as lágrimas de felicidade ao invés das lágrimas de fogo que fazem prostrar ao chão.

Hoje eu entendi melhor a recomendação do nosso mestre maior quando nos disse para reconciliar-se com nosso inimigo enquanto este caminha ao nosso lado...

Que de alguma forma essas reflexões sejam úteis, e que com a graça de Deus evitem dor e sofrimento desnecessários.

Graça e paz a todos !